SLC projeta ganho líquido de R$ 90 milhões com agricultura digital nesta safra Grupo estima um ROI de R$ 11 para cada R$ 1 investido em tecnologia digital nos últimos anos A SLC Agrícola projeta um ganho líquido de R$ 90 milhões na safra 2023/2024 apenas com a utilização de diferentes técnicas de agricultura digital. A informação foi apresentada pela empresa hoje (dia 4) à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Como um dos três maiores grupos do Brasil em área cultivada, com 653 mil hectares de soja, milho e algodão nesta temporada, o caso é interessante para avaliar o impacto positivo da adoção de tecnologia em termos de lucro, produtividade e eficiência. O ganho líquido da SLC com tais tecnologias vem crescendo desde a temporada 2018/2019, quando era de R$ 2 milhões, para chegar a R$ 82 milhões na safra 2022/2023. No ano passado, o lucro líquido da empresa foi de R$ 932 milhões. Saiba mais Pesquisa: 44% dos produtores rurais têm “certeza absoluta” sobre resultado de novas tecnologias Em outras palavras, 8,7% do resultado poderia ser atribuido à agritultura digital ou, mantendo a média de lucro por hectare da SLC, uma fazenda de 56 mil hectares. A meta para o ciclo atual é de R$ 90 milhões. Assim, a parcela da agricultura digital no resultado pode ser ainda maior em um ano especialmente mais complicado para o agro. Segundo a apresentação, a agricultura digital trouxe, em média, um ROI líquido de R$ 11 para cada R$ 1 investido. Operação conectada Para começar, as 22 fazendas operadas pela SLC possuem conectividade 4G em todas as suas áreas, incluídas as lavouras. A partir daí, o Centro de Inteligência Agrícola avalia 37 indicadores-chave em tempo real, seja nas fazendas ou em suas sedes administrativas. Quanto a ferramentas tecnológicas, o relatório destaca tecnologias de pulverização, aplicação localizada, sensoreamento remoto, mapeamento digital por satélites, aplicação inteligente, aviões agrícolas, drones de pulverização, estações climáticas, cadernos de campo digitais e telemetria, entre outros. A aplicação localizada, por exemplo, permitiu uma economia de 66% a partir de mapas sobre quais áreas deveriam ser protegidas. No caso das lavouras de algodão, mapas de satélite geram prescrições diárias para aplicação de reguladores de crescimento. Segundo o relatório, 81% das áreas são acompanhadas por mapas digitais o que gera indicações sobre talhões com menor ou maior produtividade. A partir daí, a operação realiza a aplicação de fertilizantes a taxa variável com ganhos de produtividade e redução de custos. A SLC também utiliza sistemas de pulverização inteligente em 20 de suas fazendas. Por meio de sensores nas barras das pulverizadoras, o grupo obteve economia de 73% no uso de herbicidas sem perda na proteção das lavouras. A aplicação de defensivos químicos e biológicos também conta com aviões agrícolas – foram 5,2 mil voos e 92% de acurácia em 2022/2023 – e drones para pulverização localizada em ao menos cinco fazendas. Já o monitoramento climático em tempo real permite decisões rápidas em todas as unidades para, por exemplo, plantar ou colher, além de planejamento das ações dos times para os próximos dias.